Depois de garantir o apoio do comando do PMDB, o candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, saiu nessa segunda-feira à caça das bases do partido. Ao participar de um encontro da legenda aliada na capital, o petista afirmou que as duas siglas têm histórico comum na luta pela democracia e que, em 1970, votou em Tancredo Neves, à época no MDB – precursor do PMDB –, para deputado federal. O candidato também elogiou o ex-presidente nacional do partido Ulysses Guimarães, morto em 1992. “Somos herdeiros do mesmo legado”, disse Patrus, para um auditório formado por aproximadamente 800 militantes da legenda, segundo a organização do encontro.
A aliança do PT com o PMDB, que indicou o vice na chapa, Aloísio Vasconcellos, foi fechada em Brasília em reunião da cúpula dos dois partidos um dia antes do fim do prazo para registro das candidatura, em 5 de julho.
Patrus encontrou os militantes peemedebistas ainda ressabiados com o posicionamento do partido, uma contraposição aos discursos inflamados dos integrantes da cúpula da legenda em apoio ao petista. Em parte, o pé atrás das bases pode ser explicado pela expectativa frustrada do presidente municipal do PMDB de Belo Horizonte, deputado federal Leonardo Quintão, que chegou a ser cotado para ocupar a vaga entregue a Vasconcellos.
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que o acordo entre os dois partidos em Minas reforça a aliança que as duas legendas mantêm no plano federal, com a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer. “Se o PT nos apoiou em 2010, porque nós não o apoiaríamos agora?”, questionou Raupp, se referindo ao lançamento de Hélio Costa (PMDB) para a disputa pelo governo de Minas, dois anos atrás, com Patrus Ananias como vice.
Sondagem
Um dos possível candidatos do PMDB ao Palácio da Liberdade daqui a dois anos, o senador Clésio Andrade, acredita que a união com o PT para a disputa da Prefeitura de Belo Horizonte pode se repetir na briga estadual. “Seja com um ou com o outro partido na cabeça de chapa”, avalia o parlamentar.
Fusão de legendas
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), informou ontem que o partido negocia fusão com outras “três ou quatro legendas”. O parlamentar não quis revelar com quais siglas a negociação está em andamento. O anúncio do acordo deverá sair depois das eleições municipais.