Ultimato
“Queremos que ele (kassab) nos chame para reconhecer o equívoco que ele cometeu em Belo Horizonte e faça um grande pacto pela democracia partidária. Não queremos um partido que tenha dono”, afirmou Silveira. De acordo com ele, se Kassab não fizer esse gesto de reconciliação, a saída será travar o “bom combate interno”. Segundo ele, sair do PSD é a última alternativa do grupo que lidera. Em Minas, as duas bancadas, deputados federais e estaduais, somam 14 parlamentares. Desse total, apenas quatro apoiaram a intervenção de Kassab.
A queda de braço que as lideranças do PSD mineiro estão querendo impor a Kassab visa o controle da legenda não só no plano municipal e estadual, mas também nacional. Silveira lembra que a intervenção de Kassab nas eleições da capital mineira causou “indignação nacional”. Ou seja, o dirigente mineiro acredita que os mineiros podem contar com o apoio de outros filiados país afora.
A porta-voz dos insatisfeitos com a intervenção na capital mineira é a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Ela chegou a enviar a Kassab uma carta protesto para manifestar "indignação e repúdio à intervenção arbitrária e clandestina".
O que está em jogo em BH
A batalha de Lacerda e Patrus pelo apoio do PSD, na prática, significa mais tempo no horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão. Isso porque, independentemente de decisão partidária, os militantes da maioria das legendas, no Brasil, costumam fazer campanhas para candidatos à revelia dos partidos ao qual estão filiados.
A Justiça Eleitoral tem até o próximo dia 5 para julgar também a briga dos dois candidatos para contar com o apoiamento de outros três partidos – PCdoB, PRB e PDT. A exemplo do PSD, essas três legendas constam do registro de ambas as candidaturas, protocolada na Justiça Eleitoral. O prazo até o dia 5 de agosto consta também para que a assessoria jurídica de Patrus Ananias possa recorrer da decisão dessa segunda-feira. Após essa data, o Foro Eleitoral tem ainda até o dia 12 de agosto para definir qual o tempo gratuito, nas emissoras de rádio e TV, que caberá a cada partido e coligação que disputam as eleições deste ano.