“Acharam que eu ia me acovardar. Me confundiram com o Valdemar Costa Neto. De joelho eu não vivo, eu caio de pé”, disse Jefferson à reportagem antes da Convenção Nacional do PTB, ontem em Brasília. Durante mais de três horas, discursos enalteceram a “coragem” do ex-deputado por denunciar o maior escândalo do governo Lula.
A reunião do PTB foi feita para mostrar ao Supremo que Jefferson não é um “qualquer” e que goza de prestígio em seu partido. Ideia do advogado do réu petebista, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que sugeriu antecipar o evento, previsto para novembro, e transformá-lo em “convenção-homenagem”.
Alhos com bugalhos
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) nega ter feito qualquer proposta para o ex-deputado Roberto Jefferson não denunciar o mensalão. “Eu fui, sim, à casa dele na época, mas isso não tem nada a ver. Se existiu essa conversa, não foi comigo. Vou dar a ele o benefício da dúvida e dizer que ele pode ter se confundido misturou alhos com bugalhos.”
O petista tenta puxar pela memória. “Se eu falei alguma coisa, deve ter sido na linha de ir atrás de informações diante de uma história tão incrível (como o mensalão). Posso ter tentado travar algum diálogo, o que me cabia como líder do governo, mas não teve proposta nenhuma.”