"O primo tem que ser convocado e temos que marcar o quanto antes o depoimento do senhor Wilder", afirmou Randolfe, lembrando que o suplente de Demóstenes já tem requerimento para depor na CPI desde o final de maio. "O Cachoeira é uma espécie de arquiteto da chapa do Senado", avaliou.
Wilder tomou posse na sexta-feira (13) da semana passada e ainda não explicou sua relação com Cachoeira. Grampos da Polícia Federal indicam que o contraventor teria trabalhado para colocá-lo na suplência de Demóstenes e na secretaria de Infraestrutura do governo goiano, cargo ocupado antes de assumir no Senado. "Há elementos para convocá-lo", disse Randolfe.
Influência
Ex-filiado ao PT e agora no PSD, Denílson é ex-chefe do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Goiás no governo Lula. Conforme escutas da PF, Cachoeira exercia influência no órgão e chegou a atuar em favor da Delta. Wilder é dono da Pedreira Caldas, registrada em Caldas Novas e que constava, até 2011, como arrendatária de uma área de extração de calcário em Goiás, controlada pelo departamento.
O advogado foi exonerado em março de 2009. Um processo administrativo aberto pelo DNPM no mesmo ano concluiu que o ex-servidor cobrou propina para liberar licença de um garimpo no Estado. Por isso, no ano passado, foi punido com a destituição do cargo e proibido de voltar à administração pública por cinco anos.
O advogado negou que o repasse da empresa de fachada tenha abastecido campanhas. Ele disse que não conhece Cachoeira e que o repasse foi uma doação para o Nerópolis Esporte Clube, time goiano do qual é dirigente. Toda a negociação, diz, foi feita pelo prefeito de Nerópolis, Gil Tavares (PTB). O nome do laboratório de Cachoeira, Vitapan, estampou a camisa do time.
Denílson informou ter recorrido da decisão que o proibiu de exercer cargos na administração pública e alegou que o processo de investigação foi baseado em declarações "frágeis e contraditórias".