O empresário Fernando da Cunha Magalhães afirmou à CPI do Cachoeira que o depósito de R$ 120 mil da Alberto e Pantoja na conta da Oliveira e Magalhães Materiais de Construção, da qual é um dos sócios-proprietários, serviu para pagar parte de um imóvel vendido por ele para o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu. A Polícia Federal e a CPI consideram a Alberto e Pantoja uma empresa de fachada usada pelo esquema comandado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em ofício enviado à CPI, Magalhães disse ter vendido um imóvel para Abreu por R$ 200 mil. Anexou a ele documentos de cartório que comprovariam a transação realizada em abril do ano passado. O pedido de informações da comissão havia sido endereçado à mãe do empresário, Aparecida Rodrigues Magalhães, e à empresa. O filho disse que a mãe "jamais manteve qualquer espécie de relação e negócio" com Cachoeira e com a Alberto e Pantoja.
O empresário afirmou que não sabia que o depósito fora realizado pela Alberto e Pantoja nem que o comprador "estava envolvido com uma organização criminosa e que a origem daquele dinheiro poderia ser ilícita, só vindo tomar conhecimento deste escândalo através das notícias amplamente divulgadas pela mídia nacional".
Contudo, a versão difere da apresentada por Geraldo Donizete de Oliveira, outro sócio da Oliveira e Magalhães Materiais de Construção. Ao jornal O Estado de S. Paulo em abril, ele disse que a Delta fez o serviço de coleta de lixo em Catalão, cidade da empresa, e que chegou a fazer negócio com Cláudio Abreu, sem detalhar qual tipo nem o valor da transação.
A PF e a CPI descobriram que a Alberto e Pantoja recebeu mais de R$ 26 milhões nos últimos dois anos da Delta. A suspeita é que os repasses via a empresa de fachada serviram também para abastecer campanhas políticas.