A área técnica do PSDB produziu um estudo com dados extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), obtido com exclusividade pela Agência Estado, segundo o qual 52,8% das verbas de emendas parlamentares foram pagas a petistas entre 2005 e 2012, época que o Ministério era comandado por Haddad. A assessoria de imprensa de Fernando Haddad questiona os dados, afirmando que entre 2005 e 2006 o Siafi "não segregava dados de forma a permitir acompanhamento de emenda individual".
Com base nesse estudo, Guerra chamou a gestão de Haddad de "irresponsável, antidemocrática e antipatriótica". "É muito grave que o ministro da Educação use o dinheiro público dessa forma. Ele colocou a educação no canal poluído dos interesses do PT. Como um cara vai partidarizar o recurso da educação brasileira?", bradou. Macena, por sua vez, acusou o PSDB de esconder o candidato José Serra e "gerar notícias negativas". "(O PSDB) esconde seu próprio candidato e nomeia outros porta vozes para tentar gerar noticias negativas."
A assessoria de imprensa do MEC afirmou, mediante nota, que "as emendas parlamentares individuais pagas nunca superaram 1% do orçamento do Ministério da Educação, portanto, não há a mínima possibilidade de partidarização de um orçamento". Eles também argumentaram que a liberação das emendas não está a encargo do ministro. "A liberação de emendas sempre foi coordenada pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República", disseram.
Estudo
De acordo com o estudo produzido pela área técnica do PSDB na Câmara, durante os seis anos e meio da gestão de Haddad no MEC(2005-2012), dos R$ 29.208.781 pagos aos deputados e senadores em emendas parlamentares, R$ 15.442.128, ou 52,8% do total de emendas, ficou com os petistas. Somando o PT e a base aliada dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram pagos R$ 23.751.088, ou 81,31% de toda a verba, para os partidos da base aliada.
Nesse meio tempo, parlamentares da oposição (PSDB, DEM, PPS e PSOL) receberam R$ 5.480.980, 18,76% do total. Excluindo o PT, os partidos da base obtiveram R$ 8.285.673, 28.44% do total. A assessoria de imprensa do MEC alega que esses valores correspondem ao tamanho da bancada dos quatro partidos na Câmara. "O pagamento de emendas individuais para os partidos PSDB, DEM, PPS e PSOL foi de 20%, média anual, exatamente a representatividade total desses partidos no Congresso Nacional." O Ministério emendou que, entre 2007 e 2011, a oposição fez 25% das solicitações de emendas e recebeu 20% do total. Já o PT, solicitou 26% das emendas e recebeu 29%.