O coordenador de mobilização da campanha de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, deputado Walter Feldman, garantiu nesta terça-feira, em entrevista exclusiva à Agência Estado, que o tucano "não precisa de muletas" nessas eleições, numa referência à participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha do seu afilhado político, o petista Fernando Haddad. Para Feldman, "Serra é uma personalidade em si. É o candidato que nós apresentaremos e não precisará de nenhum tipo de apoio ou muleta para se colocar perante o eleitorado", argumentou o tucano.
Na entrevista, Feldman ressaltou a experiência de Serra como administrador público como uma das principais qualidades do tucano para gerir uma metrópole da dimensão de São Paulo. Questionado sobre qual será a novidade que Serra trará ao eleitorado em uma campanha na qual vários candidatos se apoiam no mote do "novo" e pregam mudanças, o deputado recorreu ao ex-presidente Fernando Collor de Mello e ao ex-prefeito da Capital paulista Celso Pitta para dizer que "o novo também pode ser um desastre".
Indagado se a rejeição de Serra, da ordem de 37% apontada na última pesquisa Datafolha, preocupa a campanha, o coordenador de mobilização defendeu que essa rejeição é "temporária" e atribuiu a sua dimensão às críticas dos adversários. "Os adversários têm usado muito essa ideia de (Serra) ter sido prefeito e ter saído (para concorrer ao governo do Estado em 2006). Nós estamos convencidos de que isso foi muito bom pra São Paulo. O Serra governador foi de longe o governador que mais investiu na cidade (de São Paulo). O Serra foi na verdade prefeito e governador junto", argumentou.
Apesar de centrar suas críticas no candidato petista, Fernando Haddad, e no PT, Feldman afirmou que "ainda é cedo" para dizer que existe uma polarização entre PSDB e PT neste pleito. "É muito cedo, os candidatos estão se colocando, estamos trabalhando para levar o Serra ao segundo turno", comentou. O trabalho da campanha do PSDB, segundo Feldman, é de garantir a ida de Serra ao segundo turno e "quem sabe surpreender no primeiro". "Quem vai ser o adversário, vamos deixar o eleitor decidir", afirmou.