A audiência do processo judicial da Operação Monte Carlo, que apurou esquema de exploração ilegal de jogos e de corrupção no Cenro-Oeste, começou nessa terça-feira com atraso significativo no cronograma, com depoimentos de apenas duas das 14 testemunhas esperadas. O juiz chegou a pedir que os advogados e procuradores fossem mais objetivos nas perguntas para evitar discussões desnecessárias. Com a dispensa da maioria das testemunhas, o cronograma voltou à previsão inicial e há expectativa de que os trabalhos terminem hoje mesmo.
Das 14 testemunhas convocadas inicialmente – quatro de acusação e dez de defesa – oito foram dispensadas ou não compareceram, todas da defesa. As quatro testemunhas de acusação, que são policiais federais, confirmaram a existência do esquema criminoso comandado por Cachoeira.
As únicas testemunhas de defesa que se manifestaram, Liezer Clementino Ribeiro e Luiz Otávio Vieira da Paixão, limitaram-se a falar da vida pregressa do réu Wladimir Garcez, ex-vereador acusado de ser o elo entre o grupo de Cachoeira e a política local.
Os advogados dos réus ainda insistiram para que o juiz Alderico Rocha autorizasse o depoimento de novas testemunhas, mas ele negou os pedidos. Já depuseram Lenine Araújo de Souza, um dos principais assistentes de Cachoeira, segundo investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público, e Garcez. Gleyb Ferreira, também assistente do contraventor, está depondo.
O processo da Operação Monte Carlo, que corre na Justiça Federal em Goiânia, tem mais de 80 réus, mas foi desmembrado em duas partes para agilizar a tramitação em relação àqueles que estavam detidos preventivamente. Atualmente, só Cachoeira e Gleyb Ferreira, um de seus assistentes, estão presos.
Os réus presos e que agora respondem em liberdade são Idalberto Matias de Araújo, José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza, Raimundo Washington de Sousa Queiroga e Wladimir Garcez. Todos foram convocadospara depor nessa fase do processo. Geovani da Silva, que tem ordem de prisão decretada, está foragido desde a deflagração da Operação Monte Carlo, no dia 29 de fevereiro e não deverá comparecer à audiência.
Além do processo de Goiânia, a Operação Monte Carlo resultou em outros processos, no Supremo Tribunal Federal (STF), em relação a parlamentares com foro privilegiado, como o então senador Demóstenes Torres. Como Demóstenes teve o mandato cassado, o processo deverá ser enviado para a Justiça de primeira instância.
Com Agência Brasil