Jornal Estado de Minas

Para Serraglio, não havia liberdade na CPI dos Correios

AgĂȘncia Estado
Relator da CPI dos Correios, investigação parlamentar ocorrida entre 2005 e 2006 que embasou a denúncia formal do mensalão, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirma que muitas provas do escândalo não foram produzidas por causa da “blindagem” a José Dirceu. O peemedebista afirma que o ex-ministro da Casa Civil contava com uma “tropa de choque” formada por colegas de PT que barrava qualquer iniciativa.
“Faltou muita coisa, muito do que eles ficam batendo agora que ‘não tá provado isso, não tá provado aquilo’ é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade. Hoje, por exemplo, o José Dirceu fala que ele não tem nada a ver com isso. Nós poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha”, diz o deputado.

O advogado José Luis de Oliveira Lima, que representa o ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, rebateu as afirmações de Serraglio sobre a limitação que a CPI dos Correios teria enfrentado para produzir provas contra os envolvidos no escândalo do mensalão. “As declarações do deputado são infelizes e só demonstram a total falta de conhecimento dos autos”, afirmou o advogado.

Oliveira disse ainda que Dirceu “nunca foi blindado” porque teve seus sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados “sem que nada ficasse provado contra ele”.

O defensor finalizou com o argumento de que “foram colhidos mais de 500 depoimentos durante a ação penal do caso. E todos o inocentam das acusações”.

Dirceu nega ter havido compra de apoio no Congresso Nacional durante o governo Lula. Diz que houve apenas caixa 2 para pagar dívidas de campanha.