Há cerca de três semanas, Virgílio se encontrou com Valério na casa do empresário, em Belo Horizonte. Do encontro participou também o advogado Rogério Tolentino, ex-sócio do empresário e também réu no mensalão - de quem o ex-deputado é amigo de infância.
Virgílio garante que Valério não falou sobre supostas ameaças ou chantagens que estaria fazendo ao partido ou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário apontado como o operador do mensalão, segundo o ex-deputado, fez um desabafo e criticou a denúncia da Procuradoria-Geral da República, que indicou que repasses de recursos autorizados pelo Banco do Brasil do Fundo Visanet para a DNA teriam sido usados no esquema.
“Ele fala que a Visanet deve para as empresas dele, que ele vai ganhar na Justiça; que o pagamento adiantado é uma praxe de mercado; que os critérios da 8666 (Lei de Licitações) não regem as práticas do mercado privado de publicidade”, disse.
‘Rolo eleitoral’
O ex-deputado do PT se sente “100% descompromissado” com os correligionários que responderão ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas acredita na versão de que o escândalo não passou de um crime eleitoral.
Virgílio se ressente do fato de, segundo ele, Dirceu, Genoino e Delúbio terem defendido sua expulsão do partido por ele ter disputado a presidência da Câmara dos Deputados na condição de candidato avulso, o que ajudou Severino Cavalcanti (PP-PE) a ser eleito, em 2005.
“A única coisa que eu tenho para te dizer é que até onde a minha vista alcança não tem recursos públicos”, disse Virgílio. “A impressão que passa é que rolo eleitoral teve, com certeza. Mas se teve desvio de recurso público eu não tenho conhecimento.