Jornal Estado de Minas

Mulher de Cachoeira deixa PF e terá que pagar R$ 100 mil de fiança

Andressa Mendonça é suspeita de tentar subornar um juiz federal com um dossiê comprometedor que seria entregue à imprensa

AgĂȘncia Estado
A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça , foi liberada no início da tarde desta segunda-feira após ser detida pela Polícia Federal. O delegado Sandro Paes Sandre, da Policia Federal em Goiás, disse que Andressa foi liberada às 12h15. Ela saiu sem óculos escuros, cabeça baixa, sem dar entrevistas e sem distribuir sorrisos como de hábito.
De acordo com a Policia Federal, a mulher de Cachoeira teria procurado o juiz federal Alderico da Rocha Santos, em seu gabinete, na quinta-feira, momentos após a audiência dos réus na Operação Monte Carlo. Foi quando ela disse ao juiz estar de posse de uma dossiê, contra ele, que seria veiculado por uma revista de circulação nacional. Ainda escreveu, em um papel, o nome de outras três pessoas que seriam denunciadas por meio do suposto dossiê. O juiz entendeu a ameaça dela como corrupção ativa, prevista pelo Código Penal e acionou a Policia Federal.

O delegado da PF disse em entrevista coletiva que Andressa pagará fiança de R$ 100 mil, mas tem um prazo de três dias para efetuar o depósito, em dinheiro, no banco. Caso contrário, será decretada sua prisão preventiva. O delegado informou, ainda, que Andressa Mendonça está proibida de ter contato ou visitar o contraventor Carlos Cachoeira, atualmente detido no Presídio da Papuda (DF).

Como está sendo monitorada pela PF, ela também está impedida de entrar em contato com pessoas vinculadas ao processo da Operação Monte Carlo. A PF informou que a mulher do bicheiro chorou muito no momento em que foi detida. Na casa dela, a policia apreendeu dois computadores, tablets, celulares e documentos.

Detida

A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi convocada nesta segunda-feira pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos sobre uma suposta tentativa de subornar um juiz da Justiça Federal.

De acordo com a PF, a mulher de Carlinhos Cachoeira teria oferecido vantagens ao juiz Alderico da Rocha Santos visando obter decisão favorável no processo que investiga seu marido, na Operação Monte Carlo, deflagrada há cinco meses pela PF

Andressa foi conduzida à Superintendência da PF, que cumpriu o mandado de condução coercitiva. O mandato foi expedido pela Justiça Federal em Goiás. Ela está na PF desde às 9h da manhã desta segunda-feira.
 
Carlos Cachoeira

 
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está preso preventivamente há 148 dias.Cachoeira disse estar sofrendo com seu estado de "leproso jurídico". Na quarta-feira passada, ele foi levado ao Tribunal de Justiça do estado de Goiás para falar pela primeira vez em juízo. Cachoeira disse estar sofrendo com seu estado de "leproso jurídico".Ao juiz, ele explicou que as decisões judiciais são sempre contrárias e que tem poucos votos favoráveis nos tribunais. Bem humorado e sorridente, Cachoeira falou por aproximadamente cinco minutos. O tom "teatral" do bicheiro já era esperado por membros do MP.

Denunciado pelo Ministério Público Federal, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, usou seu tempo de defesa para fazer declarações de amor a Andressa Mendonça, sua companheira há três anos. O contraventor disse que não responderia aos questionamentos relacionados ao processo, ressaltando que gostaria de fazer "um bom debate" com os procuradores sobre as provas colhidas durante as investigações da operação Monte Carlo. No entanto, diante das falhas processuais, disse Cachoeira, decidiu permanecer em silêncio.

Declarações de amor
 
Apesar do silêncio para se defender, Cachoeira resolveu fazer declarações de amor a Andressa. "Ela me deu uma nova vida. Te amo, tá?", disse o bicheiro à Andressa que, na sequência, declarou seu amor ao companheiro do meio do público. No início do depoimento, Cachoeira afirmou que casaria assim que o Ministério Público o liberasse. Andressa já aceitou o pedido. O casório foi adiado por conta da prisão do noivo. Os dois moravam juntos na casa que era do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no bairro Alphaville. Hoje se encontram semanalmente na Penitenciária da Papuda. Contudo, a empresária, que acompanhou os dois dias de audiência, já avisou que se ele permanecer detido vai diminuir o ritmo das visitas por conta do assédio da imprensa e do ambiente "pesado" da cadeia.