O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara dos Deputados, disse nesta segunda-feira que considera bom o julgamento do mensalão ocorrer no mesmo período das eleições municipais deste ano. "Agora vamos ver os autos, antes víamos as acusações e elas eram muito violentas", disse o deputado, que participa do encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com candidatos a prefeito do PT e dos partidos da base aliada das cidades com mais de 150 mil eleitores, em um hotel da zona sul da capital.
O ex-líder do governo seguiu a linha de defesa de seu partido, que nega a existência da compra de apoio político no Congresso Nacional. "Não existiu pagamento mensal. Ninguém vai provar porque não existiu. Ninguém foi comprado para votar com o governo. Não tinha quadrilha e não tinha dinheiro público", rebateu.
Na opinião do deputado, houve um "linchamento público" dos acusados e o que pode ser julgado é apenas a acusação de crime de caixa 2. "O que as pessoas confessaram foi caixa 2 de campanha, o que o Delúbio (ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares) chamou de dinheiro não contabilizado", concluiu.
Até o início da tarde desta segunda-feira, o candidato do PT à Prefeitura de Osasco, deputado João Paulo Cunha, um dos réus neste processo, ainda não tinha sido visto no hotel para tirar foto com o ex-presidente Lula. A expectativa é de que ele compareça.
Vaccarezza disse, ainda, que os partidos de oposição que usaram o escândalo do mensalão como mote de campanha se deram mal nos últimos anos. "O PFL (atual DEM) não tem moral nenhuma para falar de ética ou coisa assim. Ele perdeu 40% de seus deputados e desapareceu, caiu. Hoje se chama DEM e parece que vai desaparecer também", alfinetou.