Quando um fundo é extinto, os funcionários públicos desse grupo passam a integrar o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e uma lei é aprovada para tratar da transferência. Além disso, o município passa a ser responsável pelo pagamento dos benefícios já concedidos até então. "O problema é que essa troca pode gerar insegurança jurídica, pois não se sabe muitas vezes quem deve pagar para quem", ressaltou Rodrigues.
Como instrumento de coerção e punição a possíveis irregularidades, o Ministério usa hoje o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), que revela como a unidade da Federação está em relação a suas obrigações previdenciárias. Sem esse documento, o município ou Estado fica impedido, por exemplo de receber recursos da União ou financiamentos, como no caso de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O CRP tem validade de seis meses.
A partir de agora, quando um fundo for extinto, seu administrador passa a ter que atender a menos critérios do que tinha antes para receber o CRP. "Isso porque, em tese, não tem mais tantas obrigações", explicou. Como exemplo, o coordenador citou o plano de custeio, que deixa de ser exigido. Com a nova portaria, o fundo com Regime Próprio não precisa mais passar por uma auditoria direta da Previdência. Basta atuar de forma indireta, por meio da entrega de documentos ao Ministério. De qualquer forma, a atuação do RPPS precisa estar dentro dos padrões estabelecidos em lei.
"Apesar de menor burocracia, estamos aumentando a exigência dos critérios de RPPS em extinção", disse Rodrigues. O fundo passará a ter que informar a cada bimestre a contabilidade das aplicações financeiras - até agora, quando entrava em extinção, a Previdência deixava de fiscalizar os recursos. Além disso, ficou mais claro que o dinheiro só pode ser gasto com pagamentos de benefícios.
Outra mudança feita foi a do aumento de 60 para 240 do número de parcelas de débitos não decorrentes de contribuições devidas ao RPPS até o ano de 2009. Esse pagamento refere-se ao volume extrapolado da taxa de administração de 2% de remuneração aos seguradores do fundo.