O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que incorporações de vantagens previstas em leis antigas permitem a existência de salários na Casa acima do teto constitucional de R$ 26,7 mil, o valor dos vencimentos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em cumprimento à Lei de Acesso à Informação, a Câmara e o Senado publicaram, nesta terça à noite, as tabelas com os salários dos servidores das Casas, mas sem os nomes.
Na Câmara, 1,3 mil funcionários ganham acima do teto, mas os vencimentos são cortados pelo chamado "abate-teto". Esse mecanismo não incide sobre horas extras, funções em comissão e abono de permanência. O maior salário bruto na Casa é de R$ 43 mil e atinge 12 servidores. O salário médio do servidor da Casa está em torno de R$ 16 mil. Marco Maia ponderou que o número de servidores que recebem acima do teto não é tão alto, considerando que a Casa tem mais de 20 mil servidores.
Ao contrário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Câmara defende a divulgação das tabelas com a identificação nominal dos servidores. "Minha opinião é pela divulgação dos nomes. Acho a forma mais adequada. Não há dificuldade em tornar público o salário que o Estado paga aos servidores públicos", argumentou.
Marco Maia encomendou um estudo para a assessoria jurídica da Câmara para saber da viabilidade de recorrer da decisão da Justiça contra a divulgação dos nomes dos servidores junto aos salários pagos pela Casa. O Sindilegis, o sindicato dos servidores do Legislativo, conseguiu uma liminar barrando a publicação das tabelas com a identificação dos funcionários. As listas publicadas pela Câmara trazem os cargos genéricos, acompanhados do número da matrícula.