Com o fim da senha pessoal, alguns parlamentares tiveram dificuldade para usar o sistema de biometria. “Precisei pôr mais de um dedo para fazer funcionar”, disse José Américo (PT). Outros tiveram de apelar à Mesa, solicitando a marcação pelo microfone. Às 15h07, dez parlamentares faziam fila para registrar o pedido. Apesar das queixas, a Câmara disse que o sistema funciona e falhas são comuns.
Não foi a única alteração. Ontem parlamentares já não puderam mais marcar presença em um terminal ao lado de seu elevador exclusivo. O aparelho foi retirado depois de o jornal O Estado de S.Paulo mostrar que parte dos vereadores, mesmo sem pisar no plenário, usava o artifício para evitar desconto de R$ 465 na folha de pagamento.
A terceira mudança envolve diretamente o grupo de funcionários que fraudava o painel. Portaria publicada ontem no Diário Oficial da Cidade reduziu a participação do assessor parlamentar José Luiz dos Santos, conhecido como Zé Careca, e de outros dois funcionários do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) que participavam do esquema. Durante as sessões, eles foram substituídos pela Mesa Diretora, que investiga as fraudes. Em junho, a reportagem flagrou 17 dos 55 parlamentares cometendo irregularidades.
A partir de agora, o painel será comandado não apenas pelo CTI, mas também pela Secretaria Geral Parlamentar e pelo Centro de Comunicação Institucional (CCI). Ontem, nenhum funcionário aceitou comentar as mudanças. Procurado, Zé Careca também se negou a falar.
Presentes
Na volta das férias, pelo menos durante a sessão ordinária, o novo sistema conseguiu manter em plenário boa parte dos vereadores flagrados pela reportagem. Juliana Cardoso (PT), Antonio Carlos Rodrigues (PR) e Edir Sales (PSD), por exemplo, estiveram presentes do início ao fim da sessão. Já na extraordinária, as cadeiras voltaram a esvaziar. Na abertura, o placar mostrava 38 presentes.