Os policiais federais admitem que ainda há chance de a paralisação não acontecer. "O governo tem condições de evitar a greve, basta apresentar uma proposta”, disse Vicentine. Ele argumenta que as conversas com o Ministério do Planejamento duram três anos, sem sucesso. "O ministério disse ter aceitado tecnicamente o nosso projeto de reestruturação da carreira, disse que apresentaria uma proposta até 31 de julho, mas não o fez", afirma.
O dirigente sindical explica que a greve será total em vários serviços. "Não vamos fazer operação-padrão, vamos cruzar os braços e paralisar todos os nossos serviços nas fronteiras, portos, aeroportos e a emissão de passaportes", afirmou Vicentine à Agência Brasil. "Todas as investigações em curso também serão interrompidas. Vamos manter apenas serviços básicos, como a guarda de presos e os plantões nas delegacias."
A categoria reivindica reestruturação salarial e da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O salário inicial desses três cargos é R$ 7,5 mil, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil. "Os salários não precisariam ser exatamente iguais , mas, pelas nossas atribuições e responsabilidades, os valores estão muito distantes", observa o presidente do Sinpef-PR.
As assembleias dos policiais federais no Paraná estão marcadas para a manhã desta sexta-feira (3), em Curitiba e também no interior. Uma manifestação nacional está agendada para a próxima quarta-feira (8), em Brasília.
A categoria também defende a saída do atual diretor-geral da corporação, Leandro Daiello Coimbra. "Em fevereiro de 2011, entregamos a ele um documento pedindo a reestruturação da nossa carreira, assinado de comum acordo pelos diferentes cargos da Polícia Federal, e esse documento simplesmente não foi levado adiante", critica Vicentine.