"Ele (Toffoli) é incapaz de julgar algo do qual participou. Isso vai macular sua biografia", afirmou o presidente nacional do PPS deputado Roberto Freire (SP). "Os vínculos dele com o PT são históricos e continuados", observou o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), para quem o ministro já deveria ter tido "um gesto de grandeza", declarando-se impedido. "Mas essa é uma decisão exclusiva dele", completou o ex-petista. "É uma questão de foro íntimo do ministro Toffoli e do Supremo", concordou o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra.
Para a oposição, o voto de Toffoli vai servir de parâmetro para balizar sua imparcialidade. "Ele será muito observado e acompanhado com cuidado pela população", avalia o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN). "O fato de o ministro não ter se declarado impedido não significa que ele vai fazer um julgamento parcial ou tendencioso", disse o líder do PSOL. "No momento em que não há qualquer questionamento formal nos autos sobre a sua participação, o Toffoli ganha autonomia para decidir sobre sua participação", afirmou o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo.
Antes de ir para o Supremo, Toffoli atuou como advogado de José Dirceu em algumas ocasiões. Até 2009, ele era sócio no escritório da advogada Roberta Maria Rangel, hoje sua namorada, que defendeu outros acusados de envolvimento no mensalão, como os deputados Professor Luizinho (PT-SP), então líder do governo, e Paulo Rocha (PT-PA). Toffoli construiu sua carreira jurídica dentro do PT: foi advogado do partido, destacando-se na liderança petista na Câmara dos Deputados nos anos 1990, e na consultoria de campanhas eleitorais. Foi também assessor jurídico da Casa Civil quando o ministro era José Dirceu e advogado-geral da União do governo Lula.