Ele, inclusive, ironizou parlamentares da oposição que se reuniram para assistir o julgamento na sala de reuniões da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. “Quero mandar um recado para eles : enquanto eles estão lá reunidos assistindo, estou com umas conversas e reuniões para liberar as emendas da oposição que, na minha avaliação, são importantes para os municípios que eles representam.”
Maia, que ressaltou a importância do resultado do julgamento para a democracia do país, disse que ele próprio não vai parar seu trabalho para acompanhar pela TV o julgamento, voto a voto. O presidente da Câmara disse que vai se informar sobre o julgamento pelos jornais. “Estou preocupado com o país, articulando as votações na Câmara para a próxima semana, tratando sobre temas importantes. Não tive tempo de acompanhar ou saber o que está acontecendo com o mensalão”.
O presidente da Câmara ainda rebateu as acusações de alguns deputados da oposição de que ele teria ordenado os veículos de comunicação da Câmara que não publicassem reportagens sobre o mensalão. O deputado Roberto Freire (PPS-SP) disse que Maia censurou o Jornal da Câmara, já que hoje o veículo não publicou reportagens citando o julgamento mesmo com vários parlamentares tendo feito, ontem (1º), pronunciamentos sobre o caso.
“Estou preocupado com a censura absurda do Jornal da Câmara. O presidente, de forma arbitrária quis impedir. É muito grave o que ele fez, o presidente de uma Casa censurando um plenário, com um argumento completamente idiota. O problema de ontem é a censura de pronunciamentos de líderes da casa, não é um pinga-fogo qualquer. É um abuso, nunca tinha visto isso nessa Casa”, disse Freire.
Maia negou a censura e afirmou que a linha editorial dos veículos de comunicação da Casa é responsabilidade dos diretores da área de comunicação. “É um absurdo. Nunca fiz isso, não farei e não tenho poder de censurar nenhum parlamentar e ninguém de dar declarações sobre o mensalão. O deputado Roberto Freire, que tem feito algumas acusações, conhece muito bem os sistemas autoritários, pela sua história e pelos partidos dos quais ele já fez parte, e, de traição, ele conhece muito bem”, rebateu Maia.