O Naum, dos mais antigos do Distrito Federal, ainda hoje é o preferido da nata da advocacia penal. É o endereço, e não há recurso ou agravo que o faça mudar de ideia, do decano de todos eles, Marcio Thomaz Bastos, de 77 anos, 53 de vida forense. Precavido, não seguiu com o grupo após o happy hour.
Alguns foram ao restaurante Coco Bambu. Houve quem se servisse de boas doses de uísque. Outros ficaram no suco de frutas. Logo cedo, teriam de passar a limpo os últimos pontos da defesa.
No café da manhã, trocaram informações e impressões. Demonstravam certa preocupação com o desafio que os aguardava no Supremo. Fizeram uma análise sobre a situação de Dias Toffoli, ministro colocado sob suspeição por suas ligações com o PT, na época em que advogava. Um penalista tarimbado ponderou. “Muitas vezes, aquele contra o qual se levanta a suspeição, para demonstrar que não está ligado à parte, acaba condenando-a.”
À mesa, faziam cálculos sobre quando será a hora exata de fazer sustentação oral. “Eu sou o terceiro do segundo dia da próxima semana”, afirmou. O cronograma do julgamento prevê cinco advogados por dia. “Eu estou preocupado com uma coisa”, interrompeu um jovem bacharel. “E se muitos colegas não usarem sua hora cheia, vai acabar antecipando a minha vez? E se eu não estiver em Brasília nesse dia?”
No apartamento, o advogado de bermuda e camiseta branca espalhou sobre a escrivaninha a parte dos autos de seu interesse. O cliente é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Para cada crime, o defensor separou pedacinhos de papel coloridos. “Vai ficar mais fácil na hora (de apresentar a defesa).”