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Estado de Minas

Petistas tentam se desvincular do estigma do "mensalão do PT"

Parlamentares do partido montam discurso para afastar apelido que ficou conhecido o esquema de compra de votos da base aliada


postado em 03/08/2012 11:52

O mais esperado e importante julgamento da história recente do país envolve réus ligados a três partidos. No entanto, embora os acusados do PTB e do PR corram o risco de ser condenados, o escândalo ficou conhecido como o “mensalão do PT”. A legenda desde então tenta se desvincular do processo — iniciado ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) —, que tem origem em investigações de fatos ocorridos ainda na campanha presidencial de 2002, que elegeu pela primeira vez Luiz Inácio Lula da Silva.

O mensalão está ligado ao Partido dos Trabalhadores por ter sido arquitetado, segundo as investigações do Ministério Publico Federal (MPF), para o pagamento de dívidas de campanha assumidas pela legenda 10 anos atrás. Além de envolver comandantes do PT, como José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula, o escândalo atingiu em cheio parlamentares petistas.

Os ministros do STF julgarão sete réus filiados ao PT: o ex-ministro José Dirceu; o ex-tesoureiro Delúbio Soares; o ex-presidente do partido José Genoino; os ex-deputados federais João Magno, Paulo Rocha e Professor Luizinho; além do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).
Em 2002, os dirigentes do PT teriam concordado em pagar R$ 10 milhões ao Partido Liberal (atual Partido da República – PR) em troca de apoio da legenda à campanha de Lula. O PT então teria recorrido ao empresário Marcos Valério para obter um empréstimo e quitar as dívidas de campanha. O dinheiro, porém, foi usado, segundo a acusação, para a compra de votos de parlamentares em matérias de interesse do governo Lula no Congresso Nacional.

“Tudo tem início com a vitória do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2002. O objetivo era garantir a permanência do partido no poder”, destacou o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, durante a leitura de seu relatório na sessão de ontem.
O cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), avalia que o surgimento do mensalão coincide com a chegada do Partido dos Trabalhadores ao governo e com a busca da legenda por alianças com partidos que até então apoiavam o PSDB nos governos de Fernando Henrique Cardoso. “O mensalão ficou conhecido como mensalão do PT porque foi supostamente organizado pelo governo do PT para compensar os partidos aliados pela votação coesa com o governo”, destaca Fleischer.

Congresso

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), não há como desvincular o mensalão do PT. “Foi um instrumento de compra de votos no Congresso a partir do Palácio do Planalto, na época do governo do PT. Inclusive com a participação do tesoureiro do PT (Delúbio) e do comandante da Casa Civil (Dirceu), que foi presidente do partido”, acusa o parlamentar.

Já o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), enfatiza que o mensalão nunca existiu e culpa a imprensa por relacionar o caso ao PT . “Membros do PT não precisam receber dinheiro para votar. A mídia conservadora golpista é que criou esse vínculo. Tenho certeza de que todos os réus do PT vão ser absolvidos. Nenhum vai ser condenado. É uma farsa criada.”


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