O segundo dia do julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal, começou ás 14h27 desta sexta-feira com a sustentação oral do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que deveria ter sido feita na tarde dessa quintra-feira. A fala do representante da PGR não trará grandes avanços com relação às alegações finais já apresentadas no ano passado ao Supremo Tribunal Federal. No plenário da Corte, Gurgel vai reafirmar sua convicção de que os réus integraram um esquema de corrupção em que parlamentares recebiam recursos para votar de acordo com os interesses do governo.
“Como ficou evidenciado nessa sessão inicial, a defesa se esforça para protelar o julgamento. O Ministério Público não pode contribuir de qualquer forma para que isso aconteça. Pelo contrário, o MP tem que atuar no sentido de que o julgamento se inicie o mais rapidamente possível e que seja concluído também no menor tempo”, afirmou Gurgel, nessa quinta-feira. “Tenho certeza que o presidente e a Corte terão a firmeza necessária para levar adiante o julgamento com o menor atraso possível.”
Gurgel acredita, entretanto, que o atraso de apenas um dia poderia ser compensado ao longo das próximas sessões. “Pode haver eventualmente a convocação de uma sessão fora daquele calendário”, argumentou. Ele lamentou que o debate acerca da questão de ordem levantada por Márcio Thomaz Bastos sobre o desmembramento do processo tenha tomado toda a tarde de ontem. “Foi uma pena ter um dia praticamente consumido com uma questão que já havia sido apreciada e decidida inúmeras vezes”, comentou.