Falando há pouco mais de uma hora, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, relatou o trabalho executado no núcleo financeiro do mensalão. Detalhou que alguns saques feitos pelos membros do mensalão eram de valores tão altos e em moeda corrente que era necessário o uso de um carro-forte. Gurgel deverá usar todo o tempo destinado à sustentação oral da acusação, de cinco horas, para detalhar o mais escandaloso esquema de corrupção da República.
Empréstimos fictícios
A investigação também apontou que Valério era interlocutor do Banco Rural junto ao Banco Central. A instituição financiera tinha tinha interesses a serem atendidos pelo Governo, como a liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. Gurgel disse que a presidente do Banco Rural na época, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane sabiam da atividade ilícita do dinheiro. Foram eles que fizeram empréstimos fictícios às agências de Valério e asseguraram a distribuição do dinheiro aos parlamentares.
Com informações de Diego Abreu, Ana Maria Campos e Helena Mader.