Entre as razões apontadas pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, estão a fiscalização ostensiva que sofrem do Ministério Público e da mída, muito superior, segundo ele, àquela feita em relação aos governadores, e acordos políticos e partidários – na maioria das vezes cumpridos pelas legendas – para que na eleição seguinte o mandato seja disputado pelo vice-prefeito. Há muitos casos também de pressão dos familiares do político para que ele não volte à cadeira.
“Tem muitos que não querem (candidatar) porque sabem que é muito duro ser prefeito. A lei é igual para todos, mas é aplicada mais em quem está na ponta. É muito fácil bater em pequeno. A gente não vê a mesma cobrança do presidente e dos governadores”, justifica. Ziulkoski lembra que desde a aprovação pelo Congresso Nacional do instituto da reeleição, todos os presidentes da República disputaram um segundo mandato: caso de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, ao que tudo indica, da presidente Dilma Rousseff (PT). A grande maioria dos governadores também tenta a reeleição.
E a maioria é reeleita, assim como no caso dos prefeitos. Em 2000 e 2004, 58,2% daqueles que foram novamente às urnas conquistaram o segundo mandato. Na eleição passada o índice subiu para 65,9%. “Isso mostra que os prefeitos, em sua maioria, são bons gestores e os eleitores estão satisfeitos”, comenta Ziulkoski, que é favorável à possibilidade de um governo que dure oito anos. Para ele, a expectativa de uma vitória seguida nas urnas faz com que o administrador “capriche” na sua gestão para ser aprovado quatro anos depois.