O advogado de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, foi o segundo a falar na sessão que julga a Ação Penal 470, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente do PT é acusado de negociar com os líderes partidários o apoio aos projetos de interesse do governo e a consequente vantagem financeira, atuando como interlocutor político do grupo criminoso. Por formação de quadrilha e corrupção ativa ele pode ficar até 15 anos preso.
Luiz Fernando iniciou a defesa saudando os funcionários do Judiciário, "essa sofrida classe". Leu parte do histórico político dele, incluindo o cargo de assessor do Ministério da Defesa da presidente Dilma Rousseff. Afirmou que Genoino sempre primou pela transparência parlamentar e que ele é acusado não pelo que fez, mas pelo que foi. “Ele é réu porque foi presidente do PT”, lamentou.
Passados pouco mais de 15 minutos da sustentação, o advogado aparentava nervosismo, suando bastante e com voz e mãos trêmulas na leitura do texto. Frisou que a denúncia feita pelo Ministério Público ao réu não faz individualização de conduta. "Responsabilidade objetiva é assim: é bruxa, queima. É judeu, mata. É petista, vai para a cadeia", ironizou.
Para a defesa, Genoino nunca lidou com finanças e que todos no PT sabiam. O próprio Marcos Valério teria afirmado, segundo a o advogado, que nunca encontrou o ex-presidente do partido. “Ele afirmou que não iria tratar de questões financeiras, apenas da articulação política do governo Lula”.
Com informações de Ana Maria Campos e Diego Abreu