O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, é o terceiro a ser defendido na sessão que julga a Ação Penal 470, o mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado dele, Arnaldo Malheiros Filho, começou a sustentação às 16h, repetindo a alegação de defensores de José Dirceu e José Genuíno dizendo que "não há provas" contra o cliente dele.
O advogado criticou a sustentação feita pela acusação e que Delúbio nunca se envolveu com o apoio parlamentar. E ironizou: "a prova é pífia, é esgarçada, é rala". Assim como o advogado de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, Malheiros também aparentou nervosismo e pigarreava muito. Em meio à leitura da defesa, pediu que fosse distribuído aos ministros um memorial com quadro que seria exibido em Power Point, com gráficos, que foi proibido pelo STF. Os papéis, cuja distribuição foi autorizada pelo presidente do STF, Ayres Britto, trazem uma pesquisa que tenta provar que os partidos não votaram com o PT no período dos pagamentos do mensalão.
Malheiros admitiu que Delúbio fez caixa 2, mas nega que o ex-tesoreiro tenha cometido os crimes pelos quais é acusado. "Todo esse dinheiro em cash sugere ilícito. E era ilícito mesmo. Delúbio não nega que operou caixa 2", afirmou. Às 16h30, ele terminou a sustentação, quando Ayres Britto determinou o intervalo de 30 minutos.
O eloDelúbio foi identificado na investigação como o elo entre os núcleos político operacional e financeiro; indicava para o empresário Marcos Valério os valores e os beneficiários dos recursos. Pode pegar até 15 anos também por formação de quadrilha e corrupção ativa.