Durou pouco mais de uma hora a retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, nesta terça-feira. A sessão foi aberta por volta das 10h30 com os parlamentares na expectativa de ouvir a noiva de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça. Além dela, a comissão também se preparou para o depoimento do policial Joaquim Gomes Tomé Neto. O dois, no entanto, usaram da prerrogativa constitucional de ficarem calados. A maior parte dos trabalhos foi consumida por questões de ordem dos senadores.
De testemunha a investigada
A primeira convocação de Andressa foi aprovada na condição de testemunha, na primeira fase de trabalhos da CPI. No entanto, após denúncias de que ela estaria chantageando o juiz titular do caso, Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal de Goiânia, sua condição mudou para investigada.
De acordo com o magistrado, Andressa ameaçou divulgar um dossiê com supostas informações comprometedoras contra o juiz. Em troca do silêncio, ela pediu a liberdade de Cachoeira. Andressa também é suspeita de atuar como laranja do esquema criminoso supostamente liderado pelo bicheiro, que está preso desde o dia 29 de fevereiro em Brasília.
Já o policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto é apontado como espião da organização criminosa. Ele havia sido convocado no início de julho, mas apresentou atestado médico.
Thomé compareceu à CPI na condição de testemunha, mas munido de um habeas corpus que garantia o direito de ficar calado. Ele justificou aos senadores que não falaria nada porque não tem conhecimento das denúncias que estão sendo apuradas.
Esta semana, outros dois depoentes conseguiram liminares no Supremo Tribunal Federal garantindo esse direito. É o caso da ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e do contador Rubmaier Ferreira de Carvalho. O depoimento dos dois está marcado para esta quarta-feira.