Segundo ele, os recursos do empresário Marcos Valério eram destinados a campanha política de 2004 em virtude de acordo entre PT e PP. "Todos os recursos repassados pela Bônus Banval eram destinados a campanhas políticas e não para compra de votos", diz advogado de Corrêa. Ressaltou que os recursos de Valério eram repasses do PT para o pagamento de honorários do advogado Paulo Goyas, que representava Ronivon Santiago (PP-AC).
No relato, o advogado disse que o PP, na época da denúncia, era formado essencialmente por deputados federais e era só deles que vinham o fundo de tevê e rádio. O mandato de cada parlamentar era caro para o partido. “Foi nesse contexto que PP e PT iniciam as tratativas de união para as eleições de 2004", disse Leal.
Divergências regionais
A sustentação da defesa traz uma série de gráficos que demostram, segundo o advogado, que não há relação entre os eventuais repasses ao partido com os resultados das votações em plenário. Segundo ele, o PT fez representações contra o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) numa espécie de retaliação, por conta de uma divergência regional. O pepista apoiou Serra em 2002. Para retaliar Ronivon teria havido representações do PT no MP contra o deputado do PP, mas que depois teria havido acordo. Com a aproximação do PT com Ronivon Santiago, o jeito para ajudá-lo, segundo advogado de Pedro Corrêa, seria pagar o advogado do deputado. "Não houve cooptação de parlamentares no Congresso e sim pagamento de honorários do advogado de um deputado que tinha o mandato ameaçado”.
Ao encerrar a defesa de Pedro Corrêa, Marcelo Leal pediu "que nenhum cidadão brasileiro seja responsabilizado fora do foro devido". "Que Deus abençõe todos nós e a nossa democracia. Senhor presidente, amém!", concluiu.