A constatação de que o início da campanha nos veículos de comunicação é o que de fato define a corrida eleitoral pode ser comprovada, de acordo com Kuntz, em pleitos anteriores. Na disputa de 2008 na Capital, as pesquisas divulgadas antes da propaganda apontavam Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) como os favoritos, com 41% e 26% das intenções de voto, respectivamente. O então prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, hoje no PSD) aparecia com apenas 8%. Após o horário eleitoral gratuito, o quadro mudou e Marta, com 33% dos votos válidos, e Kassab, com 34%, disputaram o segundo turno.
Na opinião de Kuntz, o desempenho dos candidatos depende de o eleitor confiar no que está sendo exibido nesses programas. "Pode alavancar, estagnar ou derrubar (uma candidatura", destaca o especialista. Ele ainda explica que, desde sempre, o horário eleitoral influencia os eleitores, já que mostra com quem os concorrentes estão coligados, suas experiências e propostas. "O eleitor terá muita informação para escolher o seu candidato."
Divisão - No rádio, o horário eleitoral conta com veiculação às 7h e ao meio-dia, de segunda a sábado. Na TV, a propaganda tem exibição nos mesmos dias, às 13h e às 20h30. Nas duas mídias, a duração dos programas será de meia hora. Os candidatos a prefeito terão programas que irão ao ar em 19 dias, às segundas, quartas e sextas. Já os candidatos a vereador terão também 19 dias de propaganda, às terças, quintas e sábados.
Na opinião de Sidney Kuntz, cada vez mais o ponto máximo das campanhas estão sendo direcionados para as datas próximas das eleições, com o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. "Os marqueteiros dão extrema importância para o horário eleitoral gratuito, e é onde se gasta boa parte dos recursos de uma campanha", afirma Kuntz.
"É preciso notar que a maioria dos eleitores não se interessa ", analisa o professor Victor Trujillo. "Na TV, é praticamente o único momento em que o eleitor tem oportunidade de conhecer os concorrentes."