Na região que enfrenta uma das piores secas da história, a reivindicação por medidas que minimizem os efeitos da estiagem que já dura seis meses e colocou 177 municípios mineiros em estado de emergência, não veio só dos moradores. O secretário de estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, entregou à presidente solicitação para a construção de uma barragem no Rio São Gonçalo, na região de Serranova, no valor de R$ 50 milhões, com capacidade para abastecer 17 municípios da Região Norte, além da ampliação do programa Água para todos, do governo federal, que pretende universalizar o acesso à água potável em áreas rurais.
Dilma não tocou no assunto da seca em seu discurso, nem respondeu diretamente ao prefeito de Rio Pardo de Minas, Antônio Pinheiro da Cruz, o Tonão (PRTB), que falou antes dela e reivindicou a criação de infraestrutura de logística para o escoamento do minério de ferro, fazendo referência à construção de uma ferrovia para ligar o município à malha da Ferrovia Centro-Atlântica, em Monte Azul. Dilma se limitou a destacar que o Norte é uma “região que precisa de desenvolvimento” e que também é “a ponte entre o Sudeste e o Nordeste”. Nesse contexto, fez referência aos investimentos na exploração de minério de ferro em Rio Pardo, dizendo: “Fiquei muito interessada e satisfeita quando soube que vão explorar explorar o minério dessa região, de forma a aumentar as oportunidades (de emprego) em Rio Pardo e em toda região Norte de Minas”.
Dentaduras Antes da solenidade, a presidente visitou o Centro de Especialidades Odontologicas (CEO) de Rio Pardo, e acompanhou o atendimento a pacientes. De acordo com números da Secretaria Municipal de Saúde, 20% dos moradores da zona rural da cidade, onde reside 67% da população, precisam de dentaduras. “No passado, ninguém olhava as pessoas de forma completa. A gente tratava no Brasil de muitas coisas, mas esquecia um dos elementos fundamentais: a identidade de uma pessoa é ela ser uma pessoa inteira. E no (programa) Brasil Sorridente olhamos as pessoas não como uma parte, não como uma pessoa que tem uma doença, mas olhando como se pode dar saúde integral a ela”, discursou. Dilma citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um entusiasta do programa de melhoria da saúde bucal. Acompanharam a presidente os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; do Planejamento, Míriam Belchior e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campelo, além do governador Antonio Anastasia. Padilha afirmou que a ampliação do programa Brasil Sorridente atingirá 91% dos municípios brasileiros, com a meta de entregar até o ano que vem 1mil unidades odontológicas móveis às prefeituras que integram o programa Brasil sem Miséria e com foco no mutirão de próteses dentárias.