Rio Pardo de Minas – A presidente Dilma Rousseff mandou um recado aos servidores federais em greve: a prioridade de seu governo é garantir o emprego de quem não tem estabilidade. Durante os 12 minutos do discurso da presidente ao lançar a expansão do Programa Brasil Sorridente, ontem, em Rio Pardo de Minas, no Norte do estado, os aplausos da plateia foram intercalados pelas vaias de cerca de 40 manifestantes, em sua maioria professores, servidores e alunos do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Norte de Minas, do Instituto Federal de Minas Gerais em Ouro Preto e do câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Montes Claros, que conseguiram furar o bloqueio da segurança. “Nós, hoje, enfrentamos uma crise no mundo. O Brasil – porque ele tem os pés no chão – sabe enfrentar a crise e vai passar por cima dela, assegurando emprego a todos os brasileiros. E o que o meu governo vai fazer é assegurar empregos para aquela parte importante da população que é mais frágil, que não tem direito à estabilidade, que sofre porque, às vezes, pode ficar desempregado”, frisou ela.
Na região que enfrenta uma das piores secas da história, a reivindicação por medidas que minimizem os efeitos da estiagem que já dura seis meses e colocou 177 municípios mineiros em estado de emergência, não veio só dos moradores. O secretário de estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, entregou à presidente solicitação para a construção de uma barragem no Rio São Gonçalo, na região de Serranova, no valor de R$ 50 milhões, com capacidade para abastecer 17 municípios da Região Norte, além da ampliação do programa Água para todos, do governo federal, que pretende universalizar o acesso à água potável em áreas rurais.
Dilma não tocou no assunto da seca em seu discurso, nem respondeu diretamente ao prefeito de Rio Pardo de Minas, Antônio Pinheiro da Cruz, o Tonão (PRTB), que falou antes dela e reivindicou a criação de infraestrutura de logística para o escoamento do minério de ferro, fazendo referência à construção de uma ferrovia para ligar o município à malha da Ferrovia Centro-Atlântica, em Monte Azul. Dilma se limitou a destacar que o Norte é uma “região que precisa de desenvolvimento” e que também é “a ponte entre o Sudeste e o Nordeste”. Nesse contexto, fez referência aos investimentos na exploração de minério de ferro em Rio Pardo, dizendo: “Fiquei muito interessada e satisfeita quando soube que vão explorar explorar o minério dessa região, de forma a aumentar as oportunidades (de emprego) em Rio Pardo e em toda região Norte de Minas”.
Dentaduras Antes da solenidade, a presidente visitou o Centro de Especialidades Odontologicas (CEO) de Rio Pardo, e acompanhou o atendimento a pacientes. De acordo com números da Secretaria Municipal de Saúde, 20% dos moradores da zona rural da cidade, onde reside 67% da população, precisam de dentaduras. “No passado, ninguém olhava as pessoas de forma completa. A gente tratava no Brasil de muitas coisas, mas esquecia um dos elementos fundamentais: a identidade de uma pessoa é ela ser uma pessoa inteira. E no (programa) Brasil Sorridente olhamos as pessoas não como uma parte, não como uma pessoa que tem uma doença, mas olhando como se pode dar saúde integral a ela”, discursou. Dilma citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um entusiasta do programa de melhoria da saúde bucal. Acompanharam a presidente os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; do Planejamento, Míriam Belchior e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campelo, além do governador Antonio Anastasia. Padilha afirmou que a ampliação do programa Brasil Sorridente atingirá 91% dos municípios brasileiros, com a meta de entregar até o ano que vem 1mil unidades odontológicas móveis às prefeituras que integram o programa Brasil sem Miséria e com foco no mutirão de próteses dentárias.