O tucano voltou a dizer que, em sua avaliação, os réus do mensalão praticaram crimes, mas que não cabe a ele julgá-los. "Não sei se devem condenar, não sou juiz", afirmou. No entanto, o ex-presidente enfatizou que o julgamento do mensalão é um momento importante para o País e que, por essa razão, é preciso que os ministros do STF justifiquem seus votos, seja para condenar ou para absolver os réus. "Veja a pesquisa (Datafolha): as pessoas estão acompanhando e não acreditam que dê em alguma coisa. É preciso que dê em alguma coisa. Não estou dizendo 'condena todo mundo' ou 'absolve todo mundo'. É preciso que dê em um julgamento em que as pessoas entendam as razões pelas quais o juiz condenou ou não", pregou.
Durante sua palestra, o ex-presidente falou sobre os desafios da educação no País e criticou o projeto que prevê a utilização de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, por entender que o que é hoje aplicado é suficiente para a rede pública de ensino. FHC também criticou a política de cotas raciais nas universidades referendada pelo STF. Segundo ele, é preciso um sistema compensatório mas que não crie uma ideologia racista no País. "Nós vamos valorizar o conceito de raça?", questionou. "Divisão baseada em raça não dá bom resultado", concluiu.