O vice-prefeito de Belo Horizonte e presidente municipal do PT, Roberto Carvalho, protocolou na tarde desta terça-feira no Ministério Público (MP) uma representação contra o prefeito e candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB). De acordo com Carvalho, o prefeito teria demitido cerca de 240 funcionários da administração municipal que optaram por não apoiar a reeleição do socialista. No documento, protocolado nesta tarde, o vice-prefeito acusa Lacerda de crime de responsabilidade e assédio moral. “Nós estamos acusando o prefeito de crime de responsabilidade e assédio moral e temos certeza que o Ministério Público vai instaurar inquérito, apurar e ouvir todos os servidores. Porque o que nós estamos assistindo em Belo Horizonte é algo que nunca aconteceu nesta cidade. Nunca houve uma eleição onde a máquina da prefeitura fosse usada de forma tão absurda, tão inconstitucional. Isso é crime de responsabilidade e a pena é a perda do mandato”, disparou.
Ainda conforme o presidente do diretório municipal, as demissões se concentraram nos 30 dias seguintes ao rompimento do PT com o PSB e que “99%” dos demitidos são filiados ao partido. "Teve funcionário que tinha 39 anos de prefeitura. Foi fotografado fazendo campanha para o Patrus na hora do almoço e foi demitido no dia seguinte", contou.
O Ministério Público Estadual recebeu a documentação entregue por Carvalho, mas informou que a denúncia ainda será analisada. Já a assessoria de Lacerda afirmou que só vai se manifestar sobre o caso após o MPE se pronunciar.
A relação entre Roberto Carvalho (PT) e o prefeito Marcio Lacerda (PSB) azedou de vez no final do ano passado, após Lacerda demitir alguns dos assessores diretamente ligados ao gabinete de Carvalho. Desde então os dois passaram a divergir publicamente.
Além disso, Roberto Carvalho sempre defendeu que o PT tivesse candidatura própria para concorrer à prefeitura da capital. Apesar da briga, o partido apoiava Lacerda e chegou a indicar o vice na chapa com o socialista. A aliança só foi desfeita após o PSB decidir que não se coligaria para as eleições proporcionais, para vereador. A atitude provocou o rompimento da aliança e os petista optaram por lançar candidatura própria a PBH.
Com Agência Estado