"O Judiciário não tem a iniciativa de abrir uma ação penal contra quem quer que seja. O Supremo atua mediante provocação da ação penal. A Procuradoria-Geral da República tinha conhecimento do que estava nos autos", afirmou Marco Aurélio.
"O Supremo é um órgão inerte. O Judiciário não tem a iniciativa em ação penal pública contra quem quer que seja", acrescentou. Marco Aurélio disse ainda que não cabe aos ministros "puxar a orelha" do procurador-geral da República por não ter incluído o nome de Lula entre os réus do mensalão.
Outro ministro afirmou que o assunto já está decidido pelo STF. Em quatro oportunidades, também analisando pedidos feitos pela defesa de Jefferson, os ministros julgaram não caber ao tribunal incluir o nome do ex-presidente na lista de réus. A decisão da Corte, adiantou este ministro, será a mesma nesse novo pedido.
Na sessão de segunda-feira, o advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, acusou Lula de ser o mandante do esquema do mensalão e pediu a conversão do julgamento em diligência para que o nome do ex-presidente fosse incluído para ser julgado.
"É claro que Vossa Excelência (o procurador-geral) não poderia afirmar que o presidente fosse um pateta, um deficiente, que sob suas barbas isto estivesse acontecendo e ele não sabia de nada", afirmou Barbosa. "Não se portou (Lula) como um pateta, como quer o procurador-geral da República, mas como omisso que traiu a confiança do povo", acrescentou.
A discussão sobre a inclusão de Lula deve ser julgada logo no início dos votos dos ministros a partir desta quarta-feira. Como o advogado pediu que esse tema fosse julgado como uma preliminar os ministros devem analisa-lo antes de continuarem o julgamento.