Pagliuso disse que não havia relação entre Anderson Adauto e Roberto Jefferson e garantiu que Adauto não participava de reuniões de cúpula dos partidos. “A relação entre o PT e o PTB era contínua, estável. Anderson não transitava na cúpula desses partidos, ele se filiou ao PL em 2002, acompanhando o vice-presidente José Alencar. Ele era recém-chegado ao PL, por isso, não participava de nenhuma reunião de cúpula.”
Na ação penal, Anderson Adauto responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Adauto foi ministro dos Transportes entre 2003 e 2004 e, atualmente, é prefeito do município mineiro de Uberaba.
Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Adauto é citado como operador do esquema do mensalão, organizado para comprar o apoio de parlamentares e para saldar dívidas de campanha com dinheiro não contabilizado, o chamado caixa 2. De acordo com o MPF, o ex-ministro recebeu propina do publicitário mineiro Marcos Valério por meio de assessores e intermediou repasses de recursos para o PTB.
Durante a sustentação, Pagliuso admitiu que Adauto recebeu dinheiro do PT para saldar dívidas de campanha do PL. No entanto, ele afirmou que o ex-ministro não sabia da origem ilícita dos recursos.
De acordo com o advogado, Adauto sofreu duras críticas de adversários políticos por ser réu na do processo do mensalão. “Ser réu nesta ação penal é particularmente doloroso. Conduz a uma dimensão onde não há individualidade. Anderson sofreu sérios ataques, pois foi duramente criticado por seus adversários políticos.”
Pagliuso também desqualificou as acusações do MPF. Segundo ele, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusou Adauto, mas não provou se ele praticou os crimes dos quais foi acusado. “O decreto de falência dessa denúncia veio com as alegações finais do MPF. Essa peça é a melhor defesa de Anderson Adauto.”
Após a sustentação oral do advogado de Anderson Adauto, a sessão foi encerrada e continuará amanhã (15) a partir das 14h.