Em particular, Cardozo rejeita o termo operação-padrão para definir o movimento dos policiais e diz que eles ultrapassaram os limites na tentativa de pressionar o governo. Também considera além do aceitável as reivindicações dos grevistas.
Na entrevista, o ministro disse que aposentados foram chamados a reforçar a operação-padrão. "Em aeroportos e estradas temos situações que ultrapassam o limite da legalidade, como uma pessoa aposentada que vai a uma unidade exercer poder de polícia que não lhe cabe. É uma ilegalidade afrontosa. Quando utilizo expedientes aparentemente corretos para criar obstáculos à população, quando uso minha competência legal para criar tumultos, é ilegalidade. Posso chamar do que quiser, operação-padrão, o que for. Se estou usando minha competência legal, pela qual sou remunerado, para finalidade diversa, isso é abuso. Como ministro da Justiça eu tenho que garantir o direito de manifestação, o direito de greve, nos termos da lei, mas há situações ilícitas de desvio e abuso do poder inaceitáveis", insistiu Cardozo.
O ministro disse que as negociações continuam, coordenadas pelo Ministério do Planejamento, com a colaboração do Ministério da Justiça e outros. "As negociações têm que fluir para chegarmos a bom termo", concluiu.