Jornal Estado de Minas

Críticas aos rumos da campanha

Patrus condena a judicialização da disputa e rebate nova denúncia apresentada pelo PSB

Segundo ele, o governo federal não discrimina ninguém

Juliana Cipriani
O ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, criticou ontem o que chamou de “judicialização” da campanha e rebateu a nova denúncia apresentada pelo partido do seu principal adversário, o prefeito Marcio Lacerda, o PSB, ao Ministério Público Eleitoral contra a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em ato da campanha petista. Segundo Patrus, o governo federal nunca discriminou ninguém, e faltou foi liderança ao atual prefeito para buscar os recursos disponíveis para resolver os problemas da capital. Patrus disse ainda que, quando estava à frente do ministério, sua pasta financiou os programas sociais da gestão do então governador tucano Aécio Neves.
“A situação da saúde em BH é muito ruim, o que mostra que a liderança do atual prefeito foi omissa em muitas questões. Certamente poderíamos ter avançado mais”, afirmou Patrus, emendando que essa e outras questões poderiam ter sido agilizadas se houvesse “empenho maior”. Os vereadores do PSB entraram com uma ação ontem alegando que Padilha teria dito que o ex-ministro, se eleito, teria prioridade para receber recursos do Ministério da Saúde. Em reunião com representantes do setor no sábado, Padilha afirmou que há verba para reforma de unidades de saúde disponível desde 2011 e que o candidato petista terá como prioridade usá-la.

Patrus disse conhecer bem a presidente Dilma Rousseff e o ministro Padilha para afirmar que nunca houve discriminação a nenhum governo ou prefeitura em função de partido. O petista acredita, porém, que em uma eventual gestão sua as parcerias serão reforçadas. “É claro que quando o prefeito tem os mesmos compromissos sociais, as mesmas prioridades que a presidente, quando o prefeito exerce a sua liderança, elabora projetos, procura recursos e faz parcerias, claro que os espaços de cooperação entre governo municipal e federal podem crescer. A base é comum para todos”, afirmou.

Patrus não perdeu a oportunidade de alfinetar o senador Aécio Neves, primeiro a sair em defesa de Lacerda e a criticar a participação de Padilha na campanha. “Quando ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome repassávamos R$ 4 bilhões para o governo de Minas, basicamente financiando todas as políticas sociais do estado. Sempre fizemos isso. Discriminar governos por razões partidárias é discriminar a população”, afirmou.

Antes de se reunir com a coordenação política da campanha, o candidato evitou comentar a decisão da Justiça Eleitoral de liberar as imagens da presidente Dilma na propaganda eleitoral de Lacerda, mas voltou a criticar a relação “esquizofrênica” dos adversários com ela. “De um lado questionam, entram com processo contra o ministro, e de outro querem usar a imagem da presidente. É uma questão que eles têm que resolver, essa relação de amor e ódio”, disse.

Patrus afirmou que as pesquisas, que o colocam atrás de Lacerda, estão dentro da previsão e que a campanha está crescendo, mas descartou subir o tom da campanha. Para ele, o programa de rádio e televisão dará mais visibilidade e ampliará o contato com os eleitores. Além dos compromissos políticos, o candidato deu palestra sobre direitos humanos a alunos de direito da PUC Minas, onde é professor licenciado.