“Eu tenho muitas qualidades, mas tenho um defeito. Às vezes eu apareço de cara amarrada, pouco sorridente. Mas o que importa são os resultados, é a avaliação que a população faz do governo”, afirmou neste domingo o prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição pela coligação “BH Segue em Frente”, Marcio Lacerda. Em caminhada no Aglomerado da Serra pela manhã, ele rebateu as críticas de que seu governo é autoritário, feitas na semana passada pela equipe do candidato do PT à Prefeitura da capital mineira, Patrus Ananias.
“Como chamar de autoritário um programa de governo que foi debatido na eleição de 2008 e apresentado à população com 176 ações e obras? E depois foi transformado em programa de quatro anos, o chamado BH Metas e Resultados, que cobriu todas as áreas da cidade com 40 projetos”, indagou. Tudo isso, diz, foi feito de forma democrática. Ele destacou que a nova lei de uso e ocupação do solo, o novo Plano Diretor, Código de Posturas, Código de Obras foram discutidos na conferência municipal de políticas urbanas de 2009, onde mais de 3 mil delegados escolhidos em todas as cidades elegeram 300 delegados para discutir os planos. “Como chamar de autocrático um governo desse?”, voltou a questionar.
Durante a caminhada o candidato afirmou ainda que as políticas sociais que o país tem hoje foram definidas na Constituição Cidadã de 1988. “Elas não são privilégio da mente de um partido ou de um ministro, por mais dedicado que ele possa ter sido. E eu não estou fazendo aqui julgamento”, disse. O candidato afirmou que o fato de Minas Gerais ter recebido R$ 4 bilhões para programas sociais durante o governo Aécio Neves não habilita ninguém a ser prefeito de Belo Horizonte. “Se habilitasse, a ministra Tereza Campello deveria ser candidata, porque ela mandou mais dinheiro em menos tempo”, disse.
Nos últimos dias, o senador Aécio Neves (PSDB) fez severas críticas ao ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e candidato do PT, Patrus Ananias. Aécio disse que o projeto petista para BH é de interesse particular. O senador tucano ainda citou problemas na gestão de Patrus, enquanto ministro. “Quando ministro, o repasse de R$ 4 bilhões para o governo de Minas era uma obrigação constitucional e não um favor”, afirmou.
Durante a caminhada, Lacerda destacou também as ações do Vila Viva, programa de urbanização de vilas e aglomerados. “Concluímos ou estamos concluindo cinco projetos que estavam em andamento e iniciamos outros três, na Vila São Tomaz, na Vila Cemig e nas vilas da Barragem Santa Lúcia”, afirmou. O prefeito fez questão de ressaltar também que o trabalho realizado nas comunidades vai além da realização de obras. “A intervenção que se faz em aglomerados inclui urbanização, ações de saúde e educação, infraestrutura de apoio social, esporte, saneamento, titulação, segurança e, principalmente, cidadania”, disse.
O candidato Lacerda enfatizou que o mais importante para Belo Horizonte são os resultados gerados pelas ações executadas e a aprovação que a população faz do governo municipal. “A demonstração de que nosso governo é popular é a aprovação que ele tem hoje. Todos os setores são bem tratados pela prefeitura e tratar bem as pessoas não é apenas dizer sim a todas as demandas, mas sim saber ouvir, dialogar.´ É ouvir e dizer não com tranquilidade e carinho, sem jogo político”, explicou o prefeito.