O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, também foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro, segundo o voto do ministro e revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski.
Após falar de Pizzolato, Lewandowski começou a ler seu voto no que diz respeito à corrupção ativa, crime pelo qual Marcos Valério é acusado. Logo no início da leitura, o publicitário foi condenado. Segundo ele, Marcos Valério "mandou entregar R$ 326,6 mil a Pizzolato em troca de favores no Banco do Brasil". O revisor também condenou Valério por dois crimes de peculato, pelos desvios de recursos do Banco do Brasil no Fundo Visanet.
"Voto pela condenação de Henrique Pizzolato no tocante ao delito de corrupção passiva", afirmou. Para o revisor, ficou claro que o ex-diretor autorizou quatro antecipações de pagamentos para a DNA Propaganda, empresa de Marcus Valério, no valor de R$ 73 mihões.
O laudo da perícia da Polícia Federal comprovou que os serviços da DNA pagos pelo Fundo Visanet não foram prestados e as notas eram falsas, sustentou o revisor. "Isto, se não for uma prova, é um indício fortíssimo de que (Pizzolato) autorizou vultuosíssimas antecipações à DNA", afirmou. Para Lewandowski, a "auditoria comprovou total balbúrdia que reinava nessa área de publicidade (do Banco do Brasil)".
O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) começou, por volta das 14h45 desta quarta-feira (22/8), com a leitura do voto do ministro revisor Ricardo Lewandowski. Ele iniciou sua leitura falando de corrupção passiva e afirmou que vai comentar "estritamente sobre o item três, relatado por Joaquim Barbosa".
Ao final, será decidido se o ministro Cezar Peluso poderá antecipar seu voto. Peluso se aposenta compulsoriamente no dia 3 ao completar 70 anos e não poderá continuar na Corte Suprema. Por isso, será discutido se ele pode antecipar o voto, uma vez que está previsto que seja o quinto a votar.