Jornal Estado de Minas

Lula e Dilma são citados até por adversários em Pernambuco

AgĂȘncia Estado
Apesar da histórica rivalidade entre o PT e o DEM, o candidato democrata na disputa pela Prefeitura do Recife, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), estreou as inserções destinadas à legenda, na disputa majoritária, apostando na popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar conquistar a "simpatia" dos recifenses. Nos dois primeiros vídeos do DEM na grade televisiva o marketing da campanha apresentou Mendonça como homem público de realizações e com capacidade para celebrar parcerias com governantes de diferentes orientações políticas.
No primeiro filme são mostradas obras como a do Porto de Suape, a ampliação do Aeroporto dos Guararapes, a BR-232 e a PE-15. Na segunda inserção, Mendonça fala diretamente ao telespectador sobre sua independência política e trânsito entre governos de diferentes orientações. Destaca que, enquanto governador, firmou parcerias com o então prefeito do Recife, João Paulo (PT), e com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Um bom prefeito não precisa ser do mesmo partido do governador ou da presidente. Eu governei Pernambuco com Lula presidente e João Paulo prefeito e nunca tive dificuldade em fazer parcerias. É só colocar o interesse do povo em primeiro lugar", diz. Já no guia eleitoral, o democrata preferiu elencar obras estruturadoras realizadas no Estado, quando era vice-governador na gestão do hoje senador, Jarbas Vasconcelos, e posteriormente quando assumiu o governo durante nove meses, quando Jarbas deixou o cargo para disputar o Senado.

Outro que aproveitou para tentar "colar" a imagem na gestão nacional do PT foi o socialista Geraldo Júlio (PSB-PE). Desconhecido do grande público e estreante na disputa eleitoral, o candidato - que foi indicado pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos - citou a presidenta Dilma Rousseff, como sendo sua "aliada" no programa do guia exibido no início da tarde. A decisão do PSB de lançar candidato próprio na disputa acabou criando uma crise que culminou com a parceria entre os partidos, que já durava desde 2006. Graças às costuras feitas por Eduardo, 14 dos partidos que faziam parte da Frente Popular, migraram para o palanque socialista.

As referências a Lula e Dilma nos programas eleitorais do DEM e do PSB devem ser questionadas pelo jurídico da campanha do senador petista Humberto Costa, também candidato na disputa pela Prefeitura do Recife, sob o argumento de que o único candidato apoiado por Lula e Dilma é o petista e por isso o uso da imagem e referência à presidenta e ao ex-presidente só podem ser feitas pela campanha de Humberto.