O MP argumenta que “todas as vantagens ilegais concedidas à Stillus teriam sido recompensadas por propinas ou benefícios entregues pela empresa aos agentes públicos envolvidos, como repasse mensal de dinheiro a alguns, conforme indícios em contabilidade pessoal do prefeito, apreendida com seu assessor especial”. A denúncia apontou que houve também oferecimento de emprego a parentes de “agentes públicos coniventes com as fraudes”, além de doações ao já desmontado time de vôlei da cidade, que, segundo a denúncia, teria sido usado para alavancar a candidatura a deputado estadual do filho do prefeito, Luiz Tadeu Martins Leite (PMDB), eleito em 2010.
O MP apresentou também denúncia de corrupção passiva contra João Ferro e Mameluque pelo fato de eles terem sido flagrados em telefonema, solicitando doação de combustível para campanha do vereador, “a pretexto de terem influenciado na edição de decreto de isenção tributária e de participação direta na alteração na legislação que alterou o zoneamento urbano municipal, beneficiando a empresa”.
Ontem à noite, Erik Rodrigues, advogado de defesa de Noélio Oliveira, João Ferro e Mameluque, alegou que não existem provas contra seus clientes. “As ações propostas não me surpreendem, uma vez que a midiática investigação, que não logrou nenhuma prova de prática de crime, tem como escopo tão somente justificar sua realização. Isso fica claro na medida em que parte da acusação não tem qualquer relação com a merenda escolar”, disse o advogado. “Isso é a politização da justiça a serviço de interesses político-partidários.”