O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou nesta quinta-feira que a alta rejeição ao candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, é apenas uma questão de imagem que pode ser revertida. Segundo a pesquisa Datafolha mais recente, Serra é rejeitado por 38% do eleitorado paulistano. "Foi alguma coisa que caiu mal na imagem, mas isso muda, melhora", avaliou o ex-presidente.
Após participar de palestra sobre Planejamento Estratégico na Saúde Suplementar, realizada na capital paulista, Fernando Henrique descartou a saída de Serra em 2006 da Prefeitura para disputar o governo do Estado como a causa da grande rejeição. "Acho que não é isso, tanto que ele foi eleito governador", observou. Aos jornalistas, o ex-presidente disse que, se eleito, Serra não deixará o cargo em 2014. "Agora é peremptório que ele não vai sair, nem pode mesmo sair", afirmou.
Fernando Henrique também minimizou o crescimento do candidato do PRB, Celso Russomanno, nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com o Datafolha, Russomanno ultrapassou Serra e aparece com 31% das intenções de voto, enquanto o tucano aparece em segundo lugar, com 27%. "Todo candidato é ameaça para o outro. Acho que o Serra tem todas as condições de, no debate, com sua presença e com a força do partido que o apoia, ganhar a eleição. Eleição é assim mesmo, tem de ter desafio", comentou.
O tucano disse que mantém a decisão de ficar longe dos palanques apesar de seu sucessor na Presidência na República, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, fazer campanha para o correligionário Fernando Haddad. Para o ex-presidente, a participação ostensiva de Lula na eleição não lhe causa surpresa. "Ele sempre fez isso (campanha para seus candidatos)", disse.