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Estado de Minas

Polícia usará dados da CPI do Cachoeira para buscar comparsas


postado em 26/08/2012 08:06 / atualizado em 26/08/2012 08:08

Comissão parlamentar ouvirá depoimentos-chaves na terça-feira(foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
Comissão parlamentar ouvirá depoimentos-chaves na terça-feira (foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
Agentes do Distrito Federal continuam à caça dos dois comparsas da organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira considerados foragidos pela Polícia Civil. Na sexta-feira, cinco mandados de prisão foram cumpridos, mas Antônio José Sampaio Naziozeno e Edvaldo Ferreira Lemos não foram encontrados e não tinham se apresentado à polícia até o fim da tarde de ontem. Os dois foragidos, com Otoni Olímpio Júnior, Raimundo Washington de Souza Queiroga e Bruno Gleidison Soares, foram investigados no âmbito da Operação Jackpot, que apurou a transferência dos negócios de jogos ilegais de Cachoeira de Goiás para o Distrito Federal.

O delegado Fernando Cocito, que comandou a operação com o chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), delegado Henry Peres, informou ontem que a Polícia Civil usará dados das quebras de sigilo da CPI do Cachoeira, em curso no Congresso, para acelerar as investigações. Integrantes da comissão se colocaram à disposição para compartilhar informações e contribuir com a Operação Jackpot. “Pode ser interessante o compartilhamento de dados com a CPI. A gente parte para algumas representações de quebra de sigilo, mas sabemos que esses pedidos não são encaminhados de pronto, isso leva semanas, talvez meses. Com relação aos sigilos já disponíveis na CPI, seria interessante usá-los”, afirmou o delegado Fernando, acrescentando que as apurações da Operação Jackpot serão remetidas ao Congresso.

As investigações que apontaram indícios de que Cachoeira continua operando o esquema de contravenção, apesar de estar preso na Penitenciária da Papuda, terá uma segunda fase. O delegado, no entanto, não quis adiantar se haverá novos mandados de prisão e se a polícia apresentará provas da atuação do bicheiro no comando do bando durante o período de detenção. O advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, nega que seu cliente esteja fazendo uso de emissários para dar ordens à organização criminosa de dentro da cadeia, e reclama de perseguição ao contraventor.

Delta Na terça-feira, a CPI abre os trabalhos com dois depoimentos considerados “chave” para a comissão. O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot serão interrogados pelos parlamentares. A CPI chegou à conclusão de que a Delta seria o braço financeiro da organização comandada por Cachoeira, e a contravenção cumpriria a função estratégica de movimentar dinheiro vivo para manter a rede de cooptação de agentes públicos graças ao pagamento de propina. A expectativa é de que Cavendish se mantenha em silêncio, mas os parlamentares já avisaram que vão questioná-lo mesmo assim, com o objetivo de constranger o empresário.


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