Para o consultor político Gaudêncio Torquato, a rotatividade revela uma característica das disputas por votos no Brasil. Com pouca diferença entre as propostas apresentadas nos palanques eleitorais, na visão dele, o fator que mais pesa na hora em que o eleitor está diante da urna é considerar o que foi prometido pelo candidato. “Essa alternância deixa claro como no Brasil, quando o assunto é eleição, os indivíduos estão acima dos partidos. A força de cada candidato junto aos eleitores de sua cidade acaba sendo mais intensa do que o sentimento de partidarismo. Hoje, as siglas são muito iguais, com um discurso bem próximo em relação às principais demandas da população, por isso a diferença entre os candidatos é o que pode definir uma eleição municipal”, explica Gaudêncio.
Rotatividade Segundo o especialista, se por um lado o levantamento deixa claro que os principais partidos políticos já não se apoiam mais em posições ideológicas para conquistar o eleitor, por outro lado mostra que as pessoas estão cobrando propostas mais concretas de cada candidato. Caso elas não sejam cumpridas, não será o fato de pertencer a uma determinada legenda que vai garantir a permanência no cargo.
“A rotatividade entre os maiores partidos do país no estado com o maior número de prefeituras (Minas) é algo muito positivo para nossa democracia. Mostra que o eleitorado está atento aos problemas e não se constrange em mudar os responsáveis pela administração de suas cidades, evitando que os partidos fiquem no poder por muitos anos. Como as posições ideológicas se tornaram enfraquecidas nos discursos partidários, é muito bom que os políticos passem a ser cobrados por ações feitas quando estiverem no poder”, explica Gaudêncio Torquato.