Começa nesta segunda-feira a quinta semana de julgamento do processo do mensalão e a última de Cezar Peluso como ministro do Supremo Tribunal Federal. Esses últimos dias de agosto têm potencial para tirar o sono dos réus que já começaram a ser julgados. A Suprema Corte tende a proclamar até quinta-feira as primeiras condenações, mas os acusados só vão saber se ficarão atrás das grades, se cumprirão medidas alternativas ou se escaparão de qualquer pena devido à prescrição ao final do julgamento, que, pelo andar da carruagem, não terminará antes de outubro.
Há uma expectativa, porém, acerca de Peluso. Ele irá participar apenas de mais três sessões (nesta segunda-feira e nas próximas quarta e quinta-feira), pois se aposentará na sexta, último dia útil antes de completar 70 anos. Peluso pode optar por antecipar seu voto já nesta segunda-feira, após o debate entre o relator e o revisor. O Estado de Minas apurou com pessoas próximas ao ministro que ele dificilmente pedirá para adiantar o voto. Assim, a tendência é que aguarde a sua vez.
Peluso terá três opções: a primeira, anunciar que vai se aposentar e que, por isso, não pretende votar em relação à parte em andamento do processo, já que não estará no STF durante a análise de seis outros itens e nem na fase de cálculo das penas; a segunda opção é votar em relação ao capítulo em discussão; e a terceira e mais improvável seria a de antecipar o voto por completo, possibilidade que geraria divergências em plenário – Lewandowski e Marco Aurélio já afirmaram que, se isso ocorrer, o regimento estará sendo desrespeitado.
Lula no the New York Times
Lula volta à linha de frente, diz o jornal norte-americano, que dedicou uma reportagem ao ex-presidente em sua edição impressa de ontem. Em destaque, está a relação de Lula com réus do mensalão. "Não acredito que o mensalão tenha existido", afirma Lula. Ainda na entrevista, Lula nega ter pretensões de voltar ao poder antes do fim de um suposto segundo mandato de Dilma Rousseff.