A presidente Dilma Rousseff só entrará na campanha eleitoral em São Paulo, com a participação em eventos políticos de Fernando Haddad, se a candidatura do petista não polarizar com a do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB). Dilma seguirá à risca a posição do governo de não tomar partido onde houver disputas entre candidatos de siglas do governo e de sua base aliada, ainda mais com o PMDB do vice-presidente Michel Temer.
"A lógica dela é a lógica do governo e não do partido", disse à Agência Estado uma liderança petista. A avaliação do PT, baseada em pesquisas internas qualitativas, é de que Chalita tem potencial de crescer em cima do eleitorado de José Serra (PSDB) e se consolidar como uma terceira via na eleição paulistana. Outra avaliação é de que o petista Fernando Haddad tem potencial também para crescer em cima da candidatura do atual líder nas pesquisas de intenção de votos, Celso Russomanno (PRB).
Não é à toa que os petistas acompanham cuidadosamente as mais recentes pesquisas de intenção de voto, onde o tucano José Serra tem oscilado negativamente, uma vez que ninguém no PT esconde o desejo de disputar um eventual segundo turno com o PSDB. Para os petistas, a polarização num segundo turno entre PT e PSDB seria o cenário adequado para uma vitória petista.
Simpáticos
Segundo as pesquisas internas do PT, dois terços dos eleitores de Russomanno são simpáticos ao PT e podem escolher Haddad, a partir do momento em que ele se torne mais conhecido. De acordo com a sigla, o maior problema de Haddad é romper da faixa de votação de 30% a 40% que o PT tem historicamente na capital paulista, que garante o candidato no segundo turno, mas não seria suficiente para elegê-lo.
Dilma só deve se posicionar sobre sua participação nas campanhas eleitorais no País após 7 de setembro. A presidente disse aos líderes do partido que está envolvida neste momento nas negociações com os servidores federais em greve e com as medidas do governo para alavancar a economia.