Até agora, os seis ministros que votaram limitaram o debate às acusações de desvio de dinheiro público na Câmara dos Deputados, no Banco do Brasil e no fundo Visanet. Segundo o Ministério Público, as quantias eram usadas para alimentar o pagamento de propina a parlamentares.
Receberam maioria dos votos proferidos até o momento, pela condenação, os réus Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (corrupção passiva e peculato) e os sócios Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz (corrupção ativa e peculato).
Também já há maioria para livrar o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Luiz Gushiken das acusações de peculato. A absolvição já havia sido solicitada pelo Ministério Público Federal nas alegações finais do processo por falta de provas. A maioria formada pode ser alterada até o fim do julgamento caso algum ministro mude de ideia.
É possível que hoje também seja definido o futuro do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). A votação com relação às acusações que pesam sobre ele não foi unânime. O ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowski, e Antonio Dias Toffoli entenderam que João Paulo não recebeu propina para favorecer Valério e seu grupo em um contrato na Casa. Eles absolveram todos os envolvidos nessa transação. De outro lado, os ministros Joaquim Barbosa (relator da ação), Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia consideram João Paulo e o grupo de Marcos Valério culpados dos crimes de corrupção e peculato.
João Paulo e Pizzolato também respondem pelo crime de lavagem de dinheiro, mas ainda não há maioria formada em nenhum dos dois casos porque a ministra Rosa Weber deixou para votar depois sobre o tema. Pizzolato recebeu até agora cinco votos pela condenação nesse crime e João Paulo Cunha, três.
Depois de Peluso, votam Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente da Corte, ministro Ayres Britto.