“Eu queria saber quem é meu inimigo. Se passaram dois anos e não há um processo contra mim”, disse aos parlamentares. Formalmente o ex-diretor foi convocado à CPI para explicar suspeitas de superfaturamento na obra de ampliação da marginal Tietê, parte dela sob responsabilidade da Delta, construtora apontada pela Polícia Federal como integrante do esquema de Carlinhos Cachoeira.
O nome de Paulo Preto surgiu na CPI após declarações do ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, à revista Isto É de que dinheiro de obras do Rodoanel teria sido desviado para uso em campanha eleitoral de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.
À CPI, no entanto, Pagot disse ter sido mal interpretado pela revista e afirmou que houve pressão para aprovar mais recursos para obras do Rodoanel, mas que não se pode provar que o valor seria usado em campanhas. “Eu atribuo má fé, injúria . (…) Não saio dessa casa sem entregar todos os documentos que comprovem o que eu falar. Eu pedi a Deus pra ser convocado nessa CPI.” Ainda no início da sessão, Vieira de Souza manifestou seu desagrado com o apelido Paulo Preto, usado, segundo ele, de forma pejorativa.
O presidente afastado da Delta, Fernando Cavendish, por sua vez, manteve-se em silêncio ao ser convocado à CPI. O senador Álvaro Dias chegou a pedir que ele esclarecesse quais senadores compraria com R$ 6 milhões, conforme Cavendish disse em uma das gravações.
Por fim, depôs Gilmar Carvalho Morais, acusado de abrir empresas fantasmas que movimentaram o dinheiro desviado. O contador afirmou ter sido usado por Valdeir Fernandes Cardoso, mas alega não saber de outros nomes do esquema.
Morais teria dívidas com Valdeir, que por sua vez exigiu a abertura de empresas para pagá-las. “Eu não tinha outra saída”, disse o contador, que disse ter sofrido ameaças para manter o esquema. Sua ex-mulher, Roseli Pantoja, cujos documentos também foram usados nas empresas fantasmas, também foi ameaçada..