Jornal Estado de Minas

Depoimento na CPI do Cachoeira frustra governistas

Ex-diretor da estatal paulista Dersa foi ouvido pelos parlamentares

João Valadares
A bomba armada pelos governistas na CPI do Cachoeira a partir do depoimento prestado nessa quarta-feira pelo engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da estatal paulista Dersa, não explodiu. Contrariando as expectativas, o engenheiro não atacou o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB). O ex-diretor da empresa pública responsável pelas obras rodoviárias do governo de São Paulo negou de maneira contundente – e até bem-humorada – ter participado de qualquer esquema de arrecadação para a campanha presidencial de Serra em 2010.
No início do depoimento, perguntado sobre como gostaria de ser chamado, Paulo Vieira de Souza respondeu que Paulo Preto é um apelido pejorativo que inventaram para um personagem que não existe. “Eu não sei quem é Paulo Preto.”

O depoente informou que move 16 processos criminais por danos morais contra pessoas físicas e veículos de imprensa que o acusaram de ter sumido com R$ 4 milhões, dinheiro que teria sido arrecadado para o PSDB. A informação, inclusive, foi usada pela presidente Dilma Rousseff no debate eleitoral com Serra. “Já trouxe meu sigilo bancário. Não tenho medo de absolutamente nada. Eu queria saber quem é o meu inimigo. Eu não consigo saber”, desabafou.