Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) disse a amigos que renunciará à candidatura a prefeito de Osasco. Seu vice, o também petista Jorge Lapas, deve assumir o posto. Lapas foi secretário de Governo do atual prefeito, Emídio de Souza, e entrou na chapa justamente como “Plano B” para o caso da condenação do parlamentar.
Emídio não queria que João Paulo se candidatasse. Lapas sempre foi o seu preferido, mas o deputado bateu o pé. Por causa das eleições, Emídio e João Paulo chegaram a brigar. O ex-presidente da Câmara dos Deputados chegou a dizer que nunca desistiria em favor de Lapas.
Na noite de ontem, o PT de Osasco tentava montar uma estratégia para que João Paulo anunciasse logo a renúncia. O argumento era que, quanto mais tempo o candidato demorasse para abrir mão do páreo, mais pontos o PT perderia na briga contra o adversário do PSDB.
“A troca tem que ser muito rápida”, disse um dirigente do partido à reportagem. A cúpula do PT já considera difícil ganhar a eleição do tucano Celso Giglio. O PT está no comando da cidade há quase oito anos.
João Paulo acompanhou a sessão do Supremo em casa, sem receber visitas. O deputado estava com a mulher, Márcia, e a filha, Juliana, que disse que o pai não comentaria a decisão.
Depois de a maioria do Supremo votar pela condenação em alguns dos crimes, o deputado foi procurado por telefone por petistas que queriam prestar solidariedade, mas também curiosos em saber o que ele iria fazer agora. Ele não atendeu ninguém.
Recentemente, João Paulo disse a aliados que manteria a candidatura se a condenação fosse branda. Ele esperava pelo menos quatro votos a seu favor, o que lhe permitiria apresentar recurso ao Supremo pedindo novo julgamento.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, informou que só se manifestará sobre o caso após o voto de todos os ministros.