Em sua defesa, o candidato alega que Sandra trabalhava em seu escritório político em São Paulo - a medida é permitida aos deputados federais. Russomanno diz que esse escritório funcionava no mesmo endereço da empresa e que, quando ela prestava serviços eventuais à Night and Day, era de maneira informal, sem prejuízo de suas funções como secretária parlamentar.
O candidato ainda argumentou que a empresa ficou desativada por dois anos: 1998 e 1999. Sandra foi demitida da Night and Day em 1997 e nomeada logo em seguida como secretária parlamentar. Segundo o ex-deputado, na época ele a teria ajudado em um processo de adoção e, se estivesse desempregada, seria mais difícil conseguir da Justiça a guarda da criança.
"Lembro-me ainda que, depois do horário de expediente, ela me ajudava prestando alguns serviços para a produtora. Ainda com o intuito única e exclusivamente de ajudar, assinou declaração em data que me encontrava em Brasília, mesmo sem procuração", disse Russomanno em depoimento à Justiça.
No processo, segundo o Último Segundo, documentos indicam que Sandra assinava contratações e demissões de funcionários da empresa, recebimento de talões de cheque, contratos de publicidade e baixa em carteira de trabalho de profissionais que deixaram a produtora quando já fora nomeada para o cargo. O processo por peculato foi aberto após denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal. Hoje, o processo corre no Tribunal Regional Federal (TRF), pois Russomanno, ao encerrar o mandato de deputado, deixou de ter direito ao foro privilegiado.
Consequência
Procurado na noite de ontem, Russomanno disse ao Estado que colocou à disposição do MPF os sigilos fiscal e bancário da empresa - o MPF quer saber se, de fato, a Night and Day estava inativa entre 1998 e 1999, como disse o ex-deputado em depoimento à Justiça.